Descrição enviada pela equipe de projeto. A Casa da Povoença situa-se numa zona habitacional no lado Poente da encosta de Santa Luzia, entre o monte e o mar, em Viana do Castelo. A volumetria pré-existente e a sua implantação foram determinantes para desenvolver o projeto. Um embasamento em betão abraça o corpo central branco que se desenvolve em 2 pisos e águas furtadas. Este corpo central surge na localização da pré-existência.
O corpo branco e o betão relacionam-se num jogo de volumes e criam diferentes planos numa composição de alçados minimal e abstrata. Vista da rua, a casa tem poucas aberturas, cada volume com um vão para o exterior, garantindo privacidade na relação da casa com a envolvente. A Sul e Poente rasgam-se vãos de maior dimensão que espreitam o jardim, o mar e recebem a melhor exposição solar.
A entrada da casa faz-se na zona de interceção dos volumes, reentrância em betão marcada pela porta amarela. No corpo central desenvolvem-se as áreas principais do programa: zonas comuns, escada, quartos no piso superior e área polivalente com mezzanine nas águas furtadas. O volume a Sul com telhado de 2 águas acolhe a zona de estar e escritório e o volume longitudinal no limite Norte, encostado à construção vizinha, recebe as áreas técnicas: garagem, lavandaria, arrumos e oficina. O programa transmite as determinações dos clientes, que tão bem comunicaram as vontades programáticas, funcionais e cromáticas para a sua casa.
O betão foi a materialização escolhida para o embasamento da casa, betão aparente nas fachadas e lajetas em betão na cobertura inclinada da zona de estar, assumindo a contemporaneidade da construção.
No exterior, o jardim espera-se que cresça selvagem e livre, enquanto a horta é cultivada à medida de quem habita a casa. Da paisagem próxima para a distante: a horta, o muro em pedra e o mar, são planos de paisagem que entram em casa. O muro em alvenaria foi executado com pedra existente no local com junta seca para que os animais se possam alojar nos intervalos da pedra.
Como uma extensão do interior, os espaços comuns prolongam-se para a zona pavimentada em tira romana, sob a pérgula que trará a sombra das glicínias e que tornará a zona de estar mais fresca. O tempo irá intensificar as texturas, cores e sombras dos espaços e da envolvente, num diálogo contínuo entre o interior e o exterior resultando num todo, um corpo integrado no lugar do qual faz parte.